domingo, 14 de junho de 2015

All peeled world - Cordel da Galhofa Nacional e o Ensino de História

cobra árvore

Meu gosto musical eclético me permite ouvir variações interessantes de manifestações de nossa gente, na verdade, nossas manifestações.

Sugiro a audição deste clássico junto com a leitura do artigo:


A cobra vai fumar
De além mar, ao mar de lama
Gostoso é pecar, se lambuzar no mel da cana
Índias que não estão no mapa
Na boquinha da garrafa, cheias de amor prá dar
O tal batavo começou avacalhar

O termo manifestações está em alta nos últimos meses de nossa história, as quais, buscam respostas e cobram o dever mínimo dos representantes que nós mesmos elegemos. Importante é destacar a nossa responsabilidade em eleger nossa própria corja de corruptos. 

No entanto, em sala de aula o ensino de História pode ocorrer de maneira contextualizada e interdisciplinar, e até mesmo transdisciplinar. Se estamos fartos de justificativas e carentes de ações, nossos alunos também estão. A primeira reflexão está no significado do estudo dos fatos históricos, tal como, procuramos significados para leituras e posicionamentos, os quais, devem levar à atitudes coerentes.

Em 2004 a São Clemente cantava a bagunça social de nosso país e hoje como estamos? Amanhã como estaremos? Como queremos o amanhã? Quais as ações de hoje para estes objetivos? As perguntas não podem mais extrair frações de uma texto, pois devem extrair o pensamento crítico e auxiliar na busca de soluções, das tais situações-problema.

E como brasileiro gosta de uma obra
Nassau fez até de sobra
Mascarando o leão, do norte lugarejo sem saúde
Onde a maior virtude era viver de armação
Macunaíma, anti herói idolatrado
Aqui tudo foi tramado, pra virar esculhambação

Os pensamentos acerca do ensino de História evoluiu ao meu ver para três premissas que devem contemplar os momentos de planejamento de curso, independente de blocos de conteúdos:

1. A visão de linha histórica na situação horizontal e vertical

                                                                                      ---(Outro)     
Passado (Fato) -------------- Presente (Pontos de vista) ---(Meu)-----------Futuro (Atitudes do presente)
                                                                                      ---(Outro)

2. Estudar o passado para compreender o presente e se sentir sujeito histórico, ou seja, as ações que teremos para construir um mundo melhor.

3. A publicação como forma de planejar ações: penso, preparo e publico para interagir e assim colocar em prática estas ações.

Todo mundo pelado, beleza pura

Todo mundo pelado, mas que loucura
Ninguém segura a perereca da vizinha
É um barato a buzina do chacrinha


A sugestão de abordagem de conteúdos que resultem em publicações e ações do dia a dia para o bem comum, vem ao encontro do pensamento que fazer o correto, mesmo que todos estejam contra é uma opção plausível.

Outro ponto importante, é que todos somos sujeitos históricos e nossas manifestações culturais estão repletas de histórias da História!

Ligar o passado ao presente é pertinente em contextos que fogem do padrão de estudar porque está no currículo e levam ao significado de estudar porque necessitamos deste conhecimento para melhorar. 

Era a corte um rebú

Se ouviu o sururú, vai prá ponte que partiu
Com o laranja endividado
O pedágio foi cobrado, o primeiro do brasil
O boi voou, começou a robalheira


Levantar os fatos recentes ligados à protestos e casos de corrupção no Brasil, claro, que ligados ao comportamento das pessoas no cotidiano: Você fura filas? Como age em situações de auxílio? Pegaria um valor em dinheiro que não lhe pertence? Contaria algo errado que alguém realizou perto de você?

O pensar em terceira pessoa exime? Não, somos responsáveis por nossas escolhas e todas as situações acima citadas são escolhas!

Desta forma, a visão de macro e micro são importantes para regular ações que por menores que sejam, ajudarão a escrever histórias mais plausíveis para as gerações futuras.

A galhofa, a bandalheira, prá chacota nacional

Mas tira o olho, ninguém tasca eu vi primeiro
Tem muito boi brasileiro, prá comer nesse quintal

Em 2010 estive em um debate na FGV do Rio de Janeiro e uma das discussões sobre o ensino de Sociologia tratava de um livro didático que abordava os três porquinhos (Marx, Weber e Durkhein) com filmes ao invés de textos clássicos e definições para os alunos decorarem.

Percebi que os especialistas da universidades eram ferrenhos em relação à necessidade de conhecimento teórico do aluno, mas por outro, os especialistas em didática apontavam a falta de interesse do aluno em relação aos textos. Também, houve a importante colocação de uma professora em relação à proximidade dos ocorridos nas cenas, com a vida (cotidiano) dos alunos.

Hoje vejo que estes dois ponto são importantes para convergirem no ponto de interesse do aluno que além de significado desenvolve caminhos para a autonomia de pesquisa e de organização de seus pensamentos.

Isso é fazer o correto mesmo que todos estejam contra!

Onde a zorra vai parar
Eu tô sofrendo, mas eu gozo no final
A são clemente faz a gente acreditar
Que no brasil o que é sério é carnaval 



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