domingo, 31 de maio de 2015

Beijo Gay e Mad Max: O poder não está na água!

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Caros,

Este é o bolsa de sangue, na verdade o personagem Max, que neste filme não pode ser considerado exatamente o mocinho da história.
O fato é que hoje no cinema percebi três garotos acompanhados provavelmente da mãe, assistiam ao filme ao meu lado.
Meu interesse na trama era justamente observar qual a leitura dos produtores em relação ao poder em um possível período pós-guerra, onde a água torna-se objeto de luxo e desejo.

No entanto o público de pré-adolescentes presentes me chamou mais atenção que o filme, pois o enredo não apeteceu porque já presenciamos muitas seitas religiosas parecidas nos dias de hoje, onde muitos falam em nome de Deus, ou conversam com ele e nos transmitem recados, os quais, geralmente custam caro.
Testei por três vezes o portal do Ministério da Justiça para consultar a classificação indicativa do filme, mas não obtive sucesso na busca, também tentei pelo portal do Ministério da Justiça  http://www.servicos.gov.br/orgao/ministerio-da-justica-mj e não consegui realizar a pesquisa.
Me preocupou muito o garoto ao meu lado comemorando mortes em um universo onde matar significa sobreviver. A morte parecia ser o correto para os supostos bandidos da trama, no entanto, o enlatado americano não sofre nenhuma barreira e muito menso recebe recados direto de Deus para defender o garoto de tanta exibição de violência.

Quando saí da sala observei dois garotos se beijando no canto de uma das salas, estavam num intenso momento de carinho. Provavelmente apesar de não ter classificação indicativa para isso, considero o carinho dos dois como LIVRE para ver e 16 para fazer!
Portanto, em Educação deveremos repensar em quais valores são considerados importantes para a formação de pessoas melhores e mais preparadas para educar, criar e viver.

O beijo chocava e o monte de morte do filme não! Por que?


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Relação da Matemática Pública com o Café e o Laptop - O que valem para o escambo?


As informações acerca da balança comercial brasileira vivem apontando o déficit dos valores do que vendemos em relação aos produtos que compramos. Com a alta da moeda americana, alguns agricultores comemoram suas exportações, o que é bom para o produtor, mas o consumidor continua pagando caro pelo produto nacional e pelo importado, uma vez que, nossa nação paga em Dollar.

Nossa proposta de formação de Matemática Pública (aquela que se usa no dia a dia) começa com a investigação da carga tributária que pagamos em relação aos produtos que consumimos, pois além da inversão de valores que o produto industrializado tem em relação ao produto cultivado no campo (fatores favoráveis estabelecidos sem análise por sociedades industrializadas), temos a carga absurda imposta pelos governantes que nós mesmo elegemos, os quais, fazem muito pouco, ou nada, para mudar este cenário.

Quanto se paga de pedágio (imposto):

- Calça Jeans - 38,53%
- Café - 19,98%
- Computador de até R$ 3000,00 - 24,30%
- Gasolina - 53,03%
- Livros 15,52% 

 Por que escrevi pedágio? Porque se você não pagar o imposto é impedido de ter o produto, mesmo quando são de necessidade básica para estudo, sobrevivência ou transporte da produção (este outro problema da incoerência de nossas decisões de quem será o governo). 

Problematizar com as crianças estas situações pode contribuir para a formação critica e principalmente desenvolver habilidades de investigação e novos olhares para situações da vida.

Voltando ao nosso estudo: Se pagamos Imposto de Renda (IR), por que temos que pagar esta carga absurda para os produtos que consumimos e por fim, para onde vai esse dinheiro? O que é feito com ele? O governo justifica cada gasto em relação ao arrecadado em cada fonte de impostos? 

A prática pode vir por meio de simulações: Se eu possuo R$ 1000,00 que poupei para estudar e necessito de um computador, livros, de alimentação e vestimenta o que eu conseguiria com e sem a carga de tributos. Além disso, o quanto já paguei de imposto, ou meu responsável já pagou?

Ou melhor, pode vir com inserida em um projeto real da turma, com aquisições de materiais para publicação, aulas-passeio e outras práticas: vamos pensar em quanto deixamos de fazer por conta da carga tributária e como reagiremos em relação ao fato? Como mudar e de quem cobrar?

A publicação das crianças é muito importante, pois é por meio da comunicação real, seja ela, mediada ou direta que elas podem informar e atuar com o produto de pesquisa que construíram.

Em relação ao laptop e ao café a exploração da situação pode levar à inferências interessantes e principalmente a criatividade de leitura de dados para textos argumentativos, pois a reflexão por premissas deve fazer parte do cotidiano escolar, se realmente queremos o futuro construído por pessoas criticas e atuantes.

A média de uma saca de café no Brasil é de R$ 330,00 e um laptop R$ 700,00. Por que a tecnologia custa mais que o alimento? Quem estabeleceu esta relação de custo? 

Se somos um dos grandes produtores de alimento e o mundo carece de alimentação, devemos cobrar o mesmo que produtos tecnológicos para fornecer nossas produções. E como faremos isso?




sábado, 16 de maio de 2015

O século XXI e a sistematização de habilidades



Os cinco países melhores colocados no PISA 2012 estão no continente asiático (China, Cingapura, Hong Kong, Coréia do Sul e Japão). Recentemente um sindicato de escolas particulares realizou uma viagem de grupo para algumas destas localidades, e certamente conheceram sistematizações como o método gráfico de Cingapura para o tratamento da Matemática.
As taxas de crescimento do PIB em 2013 nestes países foram de: China 7,7%, Cingapura 3,9%, Hong Kong 2,9%, Coréia do Sul 3,0% e Japão 1,6%. Com exceção de Hong Kong que praticamente empata com a Coréia do sul todos os dados de crescimento parecem acompanhar os indicadores de qualidade educacional do PISA.
O Brasil foi o 57º colocado no PISA em 2012 e a taxa de crescimento do PIB em 2013 foi de 2,5%, e se houvesse ligação do crescimento do PIB seriamos o 5º colocado no indicador de qualidade educacional.
Se analisarmos a renda per capita de cada país (China US$ 7428,00, Cingapura US$ 54040,00, Hong Kong US$ 38420,00, Coréia do Sul US$ 9800,00, Japão US$ 46140,00 e Brasil US$ 8536,00) percebemos que Cingapura apresenta a melhor estabilidade entre renda, desenvolvimento e qualidade educacional no cenário descrito.
No século XXI o mundo econômico é global e a educação para o futuro exige hoje cuidados com tratamentos de habilidades e competências (Conteúdos Procedimentais), com a interiorização de valores para base em decisões (Conteúdo Atitudinais) e com o estudo dos produtos de nossa cultura científica (Conteúdos conceituais). As sistematizações focadas apenas em conteúdos conceituais ficaram, já em tempo, no século passado.
Apresento três habilidades (Prova Brasil e Saresp) associadas à informação sobre os indicadores que lemos acima:
D21 – Reconhecer as diferentes representações de um número racional.
D37 – Associar informações apresentadas em listas e/ou tabelas simples aos gráficos que as representam e vice-versa.
H45 - Resolver problemas que envolvam ideias básicas de probabilidade. (GIII).
Fontes: Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), 2014; Jornal O Estado de São Paulo (Caderno de economia),  2014;
Por fim, o conteúdo atitudinal tratará da relevância de encaminhamento deste assunto para o bem comum, de maneira ética em relação ao rol de opiniões. Pois se temos condições de renda parecidas com China e Coréia do Sul, porque nossa qualidade educacional apresenta estes indicies neste indicador?
Caso este assunto fosse tema de uma aula, como seria a sistematização para comtemplarmos o saber (conceitual), o fazer (procedimental) e o ser (atitudinal)? 
O Professor do século XXI tem a missão de planejar aulas que englobem os três tipos de conteúdo e isso exigirá estudo dos mapas de habilidades, e sistematizações que realmente contemplem cada etapa de desenvolvimento em sala de aula: provavelmente chegaremos a propostas de cursos com mais oportunidades de fazer e ser, além de também conhecer.

Leandro Wendel Martins

Pedagogo e coach educacional.

Apoio didático: livro, apostila, literatura, recursos tecnológicos, jogos, pesquisa do professor?



Particularmente julgo improdutivo o tempo e a intensidade de discursos acadêmicos e marqueteiros que tentam definir o papel dos recursos como castradores da liberdade ou heróis do resultado. Gastamos energia na discussão de causas e raramente lemos ideias de encaminhamentos para busca de soluções, num tipo de discurso da razão dos autores e de pouco interesse no aluno, pois este é a razão da existência da instituição de ensino.
Em meus vinte e dois anos de magistério conheci, estudei e atuei com uma gama considerável de recursos e todos sempre foram úteis a mim: estudante/professor. Ao longo de dez anos de atuação em equipes de assessoria pedagógica observei projetos eficazes e eficientes, e também sistematizações que apenas replicam o conteúdo impresso no recurso, tais experiências, mostravam ações dúbias com o mesmo recurso.
Jogos ainda na embalagem e jogos utilizados em contextos significativos, comunidades pesquisadoras e comunidades que baixam material pronto da internet, computadores sem uso para preservação das máquinas e laboratórios utilizados todos os dias, literatura confundida com paradidático e projetos de leitura e publicação encantadores, apostilas com inúmeras atividades de repetição e outras com situações de criação, pesquisa e ampliação, livros que chegam em quantidades erradas em programas de governo e livros que criam contextos de igualde de estudo.
Portanto, os recursos são necessários para apoiar boas práticas escolares, e neste caso, o plural é primordial. Esperamos que todas as aulas tenham planejamento e avaliação por parte dos profissionais de Educação, dos alunos e de toda a comunidade. Quem utiliza os recursos de maneira “A” ou “B” são os atores envolvidos, todos responsáveis diretos pelos resultados de indicadores e sucesso medido por raras pesquisas de egressos.
Onde está o indicador de formação integral? O que o índice do IDEB representa para um jovem que concluí a etapa de Educação Básica?
Os indicadores são importantes mas não resumem o papel social do acesso à Educação, por outro lado, o indicador numérico do resultado não propicia trocas de experiência entre as redes de ensino, mas uma gama de artigos que discutem, em sua grande maioria, onde está o problema, e muitas vezes, com recortes de pesquisa que contradizem o real discurso de diversidade socioeconômica de nosso pais e do mundo. 
Muito se destina a questionar a atuação dos professores, no entanto, quem somos?
Sou professor por opção de carreira, apaixonado, e logo no magistério entendi a dinâmica de formação continuada (interesse pela pedagogia que estuda como a criança se desenvolve), desde então, procurei estabelecer prosperidade financeira e o comprometimento com minha missão.
Estou muito preocupado com a formação para o magistério, os números indicam que já é crítico o déficit de matriculados nas licenciaturas, o que já é percebido nas redes de ensino com grau elevado de dificuldades para compor quadros completos. Por que não existe o desejo em ser professor? Por que um juiz ganha mais que um professor? Por que deputados, vereadores, senadores ganham mais que os professores? Quem tomará uma atitude antes que não tenhamos mais professores?
As licenciaturas agora podem funcionar em modalidade EAD, por meio de vídeo-aulas. Não sou contra aos cursos de especialização (pós-graduação), mas não posso aceitar que alfabetizadores, especialistas por áreas e outros profissionais da Educação tenham sua formação básica de maneira não presencial e com no mínimo o estágio supervisionado de perto. As redes de ensino estão pontuando frequentemente que necessitam de cursos complementares para os recém contratados e por muitas vezes, recém formados. Por que não existe uma carteira como a da OAB para professores?
O mestrado é outro impasse, pois o recorte de pesquisa vira especialidade geral, ou seja, o mestre em Educação recebe por vezes poderes sem conhecer o contexto escolar, a comunidade e muito pior, não domina prática e didática de ensino. Estudar é fundamental para o magistério, mas as experiências devem ter o mesmo peso que os títulos para cargos de gestão. Já presenciei mestre discutindo com professora alfabetizadora, sem saber literalmente como a criança costuma agir em situações de alfabetização, mas o mestrado foi citado inúmeras vezes no discurso.
Minha formação em relação aos recursos saiu do curso de Magistério, em quatro anos de teoria e prática todos os dias. Utilizando o livro, os jogos, os espaços, os laboratórios em situações de preparo com meus colegas e alunos da escola. Vivenciei os processos ao mesmo tempo que estudava as teorias. A Pedagogia me trouxe maior aporte teórico, mas sou claro em dizer que, um de nada vale sem o outra (prática e teórica).
Desenvolvi dinâmicas de utilização de recursos com função didática, isso significa saber com o que o apoio contribuí para o objetivo da aula, do projeto, da sequência didática etc. Portanto, tive oportunidades de me preparar para a carreira do magistério.
O recurso é adequado quando sabemos utilizá-lo e desde que respeite as concepções de ensino de cada comunidade escolar, pois também não concordo com sistemas mecanizados. No entanto, eles também devem ser opção de cada rede, já que falamos em autonomia!
O livro didático ou a apostila (que é livro didático também) são importantes para ilustrar, mas muito mais importantes para o momento de estudo do aluno, sozinho, com outros colegas e com a família. Deve fornecer caminhos epistemológicos para a ampliação das temáticas estudadas.
A oferta de literatura para o desenvolvimento do gosto pela leitura (deleite), desenvolvimento de repertório linguístico e o incentivo as práticas de comunicação mediada (publicações do leitor).
Tecnologias para pesquisas, ferramentas dinâmicas de estímulo aos estudos, inserção social e também o uso adequado destes recursos para a vida inteira.
Jogos e brinquedos que contribuam com um fim claro em cada situação, para proporcionar inferências que partam do concreto aos menores, estimular a resolução de problemas e desenvolvimento de consciência de superação, integração e regras.
Responsáveis que participem da vida escolar de seus filhos, que saibam perguntar o motivo de cada assunto, dinâmica ou processo avaliativo. Sociedade que questione os governantes e que cobre a real qualidade na Educação, aquela que se percebe no dia a dia da criança.
Além de salários dignos, boas oportunidades de formação, recursos abundantes, interesse pela criança: necessitamos de seriedade, responsabilidade e muita coerência em discursos que tratem de Educação.
Só resta saber quem apresentará mais soluções? Só resta saber quem colocará algo em prática? Só resta saber quem cobrará tudo isso?

O principal apoio e não deixar nossas crianças sem possibilidades de desenvolvimento, como estamos fazendo neste momento! Necessitamos de Apoio!